Uma vez conversando com um parente, ele me disse: "Que vida besta, né. A gente nasce, cresce, tem que estudar, tem que trabalhar, depois conhece alguém, casa, tem filhos e continua trabalhando pra manter uma vida digna pra todo mundo... e depois morre. Vida boa é a sua, um dia aqui e outro ali. Sem destino certo."
Naquela época, lembro de responder: "Mas, a vida é o que acontece nas entrelinhas de tudo isso que você me disse... e só depende de você."
Lembro que essa conversa aconteceu entre uma das minhas muitas voltas pelo Brasil, entre minhas chegadas e partidas. Durante alguns anos de minha "vidinha", eu morei em muitos estados brasileiros por conta do trabalho de consultoria empresarial.
Mas, lembro que por não ter um emprego muito certinho (horários/dias/regras e blá blá blá) era vista por muitos como uma pessoa desapegada.
Quando me casei, meu marido (atualmente ex-marido) me disse: "- Não entendo você. Trabalhou por muitos lugares no Brasil, ganhou muito dinheiro e não tem nada?" O NADA para ele eram coisas materiais - casa / carro / uma recheada conta corrente. E como eu estava apaixonada por ele, me pus louca para conseguir tudo isso... e consegui durante 3 anos de casamento acumular coisas... coisas... coisas.
Em 2012 quando voltei para Trancoso/BA ainda tinha um espírito do TER... Ter o melhor emprego... morar no melhor lugar... ter as melhores roupas.. etc. Mas, confesso que no fundo isso tudo me incomoda bastante, então, decidi não TER... mas SER.
Claro que eu não sou hipócrita, é legal ter a segurança de uma casa, roupas bacanas, um veículo para você ir onde quiser... e eu tenho, mas não é legal quando tudo isso é o que resume você.
Agora com o projeto da viagem, eu ouvi muitas pessoas dizerem: "Você vai largar esse emprego para se aventurar por aí? Não acredito. Você tá louca!!!"... " Em Trancoso não tem muitos lugares que pagam bem assim, tem certeza que você vai largar esse emprego por uma viagenzinha?"
E minha resposta é SIM... Vou mesmo!!!
Não é para provar nada para ninguém... é para lembrar a mim mesma que um dia eu já vivi fora da zona de conforto e posso voltar lá para fora.
A incerteza é um fato da vida... e eu costumo dizer que a única certeza que temos desde que nascemos é de que um dia vamos morrer... todo o trajeto da nossa vida - do nascimento à morte - é incerto.
Mas, não precisamos nos entregar a riscos derrotistas, podemos correr riscos positivos em busca de crescimento, conhecimento pessoal e progresso.
Quando somos crianças, ouvimos mais NÃO do que sim. "Não põem o dedo aí na tomada, vai levar um choque." "Não pula daí que vai se machucar." "Não come isso que vai passar mal." NÃO... NÃO e NÃO.
Eram os NÃOS para o nosso próprio bem... e agora ADULTOS, alguns de nós continuamos ouvindo esses NÃOS em nosso subconsciente e nos privando de situações e de coisas que não temos total controle.
Falo para as minhas amigas que essa é a viagem do SIM... sim para tudo e para todos. Algum dia em algum lugar, irei passar por alguma situação para a qual não estou preparada, mas que servirá para meu aprendizado. E de maneira alguma vou deixar aquela vozinha lá dentro do meu subconsciente dizer: " Eu NÃO disse?".
A ordem é experimentar. Dar mais um passo. Permite-se. Tentar coisas novas. Sim, cometerei erros, mas a partir desses erros conhecerei meus valores.
Levar uma vida segura e previsível é deixar de descobrir a pessoa extraordinária que existe dentro de você.
Torne sua vida desafiadora e Fica Comigo... pelo mundo!!!